reflorestamento de nascentes e matas ciliares

Reflorestamento das nascentes e matas ciliares degradadas

Ao longo dos anos de ocupação e exploração agropecuária, algumas áreas de vegetações naturais presentes nas nascentes e margens dos rios e reservatórios foram degradadas. Para a recuperação dessas áreas de nascentes e matas ciliares, é recomendado o reflorestamento com espécies arbóreas nativas associadas ao plantio de culturas alimentares da região, plantas forrageiras e pastagens.

O reflorestamento através da introdução de plantas arbóreas nativas, consorciadas com forrageiras e frutíferas, contribuirá para a recuperação da vegetação, reduzindo a degradação ambiental causada pelo uso dos solos ao longo dos anos, além de fornecer produtos para consumo humano e alimentação animal.

Esse manejo ambiental visa repovoar a cobertura vegetal nativa, situada às margens de rios, igarapés, lagos, nascentes e represas. As matas ciliares também são conhecidas como mata de galeria, vegetação ribeirinha ou vegetação ripária, de fundamental importância para o equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, reduzindo o assoreamento e agindo no controle da força das águas que chegam aos rios, lagos e represas, mantendo a qualidade da água e impedindo a entrada de poluentes para o meio aquático.

O reflorestamento das nascentes e matas ciliares proporciona vários benefícios para o meio ambiente favorecendo o incremento da produção da fazenda. Tem-se como resultados positivos o aumento da infiltração de água no solo; a redução do assoreamento dos aquíferos e a manutenção da qualidade da água dos rios e reservatórios. Além disso, formam corredores que contribuem para a conservação da biodiversidade; fornecem alimento e abrigo para a fauna; constituem barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura.

Além dos benefícios citados, o reflorestamento das nascentes e matas ciliares fornece forragens para os animais, madeiras para construção de cercas e frutas, o reflorestamento é usado como barreira de árvores para proteger solos e culturas da ação de fortes ventos. Outro importante benefício do reflorestamento é melhorar o desempenho de bacias hidrográficas, mantendo água disponível por mais tempo no lugar que irá alimentar os aquíferos. Quando aplicado em áreas de encostas evita deslizamentos de terras e, neste contexto, também é eficaz no combate à erosão do solo.

No Brasil as matas ciliares estão incluídas nas áreas de preservação permanente definidas pelo Código Florestal Brasileiro. A Resolução nº 303, de 2002, do CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente, estabelece que toda a vegetação natural presente ao longo das margens dos rios, e ao redor de nascentes e de reservatórios, deve ser preservada.

A largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d’água. A Resolução do CONAMA assim determina:

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:

I – em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de:

  1. a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura; b) cinquenta metros, para o curso d`água com dez a cinquenta metros de largura;
  2. c) cem metros, para o curso d`água com cinquenta a duzentos metros de largura;
  3. d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros de largura;
  4. e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de largura;

II – ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinquenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;

III – ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:

  1. a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas.
  2. b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinquenta metros;

IV – em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinquenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado (…).

Mais informações em: “COMO SUPERAR O DÉFICIT HÍDRICO E DESENVOLVER A AGROPECUÁRIA NO SEMIÁRIDO.”

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