Em um território de características desérticas e semiáridas, é através da irrigação por gotejamento de alta tecnologia que Israel produz cereais, verduras, legumes, frutas e flores, com parte da produção destinada à exportação. A agricultura de Israel é a mais modernizada do mundo sendo que dois terços de sua força de trabalho têm diplomas universitários e cursos de pós-graduação.

Mais de 60% do território de Israel é deserto e semiárido. Toda a terra fértil é irrigada, e a restrição fundamental que tem a produção agrícola é a carência de água. O resultado é que a principal fonte hídrica – quase 90% do total – é água dessalinizada ou reciclada.

Toda a produção agrícola é de capital intensivo e de sofisticado nível tecnológico, que converte o sistema agroalimentar numa parte significativa da competitiva indústria de alta tecnologia israelita, a segunda do mundo, depois dos EUA (Silicon Valley).

A chave para a indústria agrícola em Israel é o desenvolvimento da pesquisa, que possui uma característica aplicada destinada a obter soluções de curto prazo, geralmente ligadas ao segmento de exportação e oportunidades de mercado.

A agricultura é profundamente especializada e em cada categoria que exporta procura ser a primeira do mundo. Daí a sua capacidade de adaptação e de mudanças diante de novas oportunidade do mercado de alimentos é verdadeiramente excepcional.

O eixo de seu desenvolvimento tecnológico é o sistemas de irrigação por gotejamento. É o que permite produzir no coração do deserto de Neguev frutas cítricas, ameixas, nectarinas, morangos, peras, caquis, melões, algodão, espargos, tâmaras, uvas e azeitonas e tomates, que são vendidas no mercado interno de Israel e na Europa. Mais de quarenta tipos de frutas são cultivadas. Além das frutas, hortaliças e flores, a produção agrícola israelense inclui sorgo, trigo, milho e algodão. Na pecuária, as vacas de Israel produzem as maiores quantidades de leite por animal no mundo, com uma média superior a 10.000 litros por ano.

A água tem um preço (US$ 0,2 a 0,4 por metro cúbico), que se cobra a cada um dos produtores por cotas fixas determinadas em sua distribuição pelo Ministério da Infraestrutura, e reguladas por uma entidade central do sistema de Israel, que é o Comissário de água.

As exportações agrícolas são severamente inspecionadas porque delas depende a capacidade competitiva do país, especialmente em mercados com maiores níveis de renda per capita do mundo, que são os europeus.

Portanto, uma dimensão decisiva da produção agrícola são os serviços de extensão rural e capacitação para ajudar os agricultores a aumentarem os seus conhecimentos e oferecerem uma maior qualidade de produtos.

O papel do Estado é fundamental em todas as atividades da agricultura. É a orientação estratégica de toda a cadeia de valor, incluindo o crédito, as vendas, a logística e o marketing. Também é estatal o sistema de seguros.

Israel foi criado em 1948 como um Estado socialista e essa marca tem sido parte integrante da identidade nacional, particularmente acentuada no setor agrícola, onde os kibutz e os moshav  (tipo de comunidade rural cooperativa que combina fazendas geridas privadamente e coletivização de serviços, como a comercialização de produtos) continuam a desempenhar um papel essencial.

A agricultura de Israel é líder em pesquisas, sendo referência para o desenvolvimento rural mundial, num contexto em que é cada vez mais decisivo alcançar a eficiência no uso da água, devido ao aquecimento global, e aplicar a tecnologia para melhorar a produção de alimentos com sustentabilidade pelo rápido crescimento da demanda por alimentos, com eixo no Sudeste Asiático.

Referências:

http://agriculturers.com/mundo-agricola-deberia-seguir-ejemplo-israel/