A saúde do solo é definida como a capacidade contínua do solo de funcionar como um ecossistema vivo que sustenta plantas, animais e seres humanos. O solo saudável nos dá ar e água limpa, florestas e colheitas abundantes, pastagens produtivas, fauna diversificada e belas paisagens. O solo faz tudo isso realizando as seguintes funções essenciais: regula a água – ajuda a controlar a água das chuvas e da irrigação; sustenta a vida vegetal e animal – a vida dos seres vivos depende do solo; filtra poluentes potenciais e fornece nutrientes para os vegetais.
A importância da saúde do solo, se refere à sua capacidade de produzir plantas saudáveis, produtivas e livres de doenças. O cuidado que se deve ter com relação à saúde e conservação do solo, é importante para que tenha uma vida longa e produtiva.
Manejo e cultivo do solo.
Durante o manejo do uso dos solos dever-se-á maximizar a presença de raízes, a sua cobertura e biodiversidade, minimizando a perturbação dos solos.
Ao cultivar os solos deve-se utilizar princípios e sistemas de saúde do solo que incluem o plantio direto, cultivo de cobertura e diversas rotações. A utilização de matéria orgânica melhora a atividade microbiana. Como resultado, essas ações favorecem o aumento da infiltração de água, melhora a vida selvagem e o habitat dos polinizadores. Consequentemente obtendo melhores rendimentos e melhores lucros.
Ao usar práticas de manejo que melhoram a saúde do solo, aumenta a produtividade e a lucratividade. A ausência de lavoura resulta em um solo nu ou compactado que é destrutivo e perturbador para os micróbios do solo e cria um ambiente hostil para eles viverem. Um solo em pleno funcionamento produz a quantidade máxima de produtos com o menor custo.
Integração lavoura-pecuária.
Uma estratégia eficaz de conservação e incremento da saúde do solo é aquela que promove a diversificação do seu uso, como a integração lavoura-pecuária (sistemas de produção agropastoril e agrossilvipastoril). Exemplo típico desse sistema de produção é a alternância entre lavouras de grãos e pastejo em aleias (alamedas circundadas de árvores).
Nesse modelo existem uma ou mais espécies perenes (florestais), pastejo animal sobre a área (que pode ser anual ou bienal, por exemplo) e lavouras de grãos, que devem obedecer aos princípios do sistema de plantio direto (rotação de culturas, formação de palhada e menor revolvimento possível do solo).
Atualmente já se dispõe de resultados suficientes para afirmar que a integração lavoura-pecuária contribui em muito para a conservação e incremento da saúde do solo, especialmente quando uma ou mais espécies florestais são inseridas no sistema de produção. Essa conservação da saúde do solo se dá através de diversos mecanismos, como o aumento da matéria orgânica e da atividade biológica no solo, e o aumento da resiliência e supressividade do solo a patógenos.
Se nos lembrarmos de que a maior parte das doenças de plantas é causada por microrganismos em estado de desequilíbrio (população excessivamente aumentada) no ambiente, será mais fácil compreendermos que o aumento da biodiversidade no solo o tornará menos suscetível a doenças. E a biodiversidade é incrementada pelo aumento da diversidade de espécies (vegetais e animais) no sistema de produção, seja essa diversidade concomitante (consórcio), sequencial (rotações e sucessões) ou ambas. Portanto, a integração é a chave, pois diversifica o uso e incrementa a saúde do solo.
Outras práticas que melhora a saúde dos solos.
A biodiversidade é importante para o sucesso de qualquer sistema agrícola. A falta de diversidade biológica limita severamente o potencial de qualquer sistema de cultivo e aumenta os problemas de doenças e pragas. Uma rede alimentar do solo diversa e em pleno funcionamento fornece nutrientes, energia e ciclagem de água que permite que um solo expresse todo o seu potencial. Daí a importância de aumentar a diversidade através da rotação de culturas, como também a introdução de culturas de cobertura aumenta a saúde e a função do solo, reduz os custos de insumos e aumenta a lucratividade.
A ligação entre os sistemas raiz-solo, é uma parte ativa do ecossistema do solo porque é onde está o alimento mais prontamente disponível e onde ocorre o pico de nutrientes e ciclagem da água.
As raízes das plantas fornecem a fonte mais fácil de alimento para os micróbios do solo, o cultivo de culturas de longa temporada ou uma cultura de cobertura após uma cultura de curta temporada alimenta as espécies fundamentais da cadeia alimentar do solo tanto quanto possível durante a estação de crescimento.
Um solo saudável depende de quão bem a cadeia alimentar do solo é alimentada. Fornecer muitos alimentos facilmente acessíveis aos micróbios do solo os ajuda a reciclar os nutrientes de que as plantas precisam para crescer.
A cobertura do solo conserva a umidade, reduz a temperatura, intercepta gotas de chuva (para reduzir seu impacto destrutivo), suprime o crescimento de ervas daninhas e fornece habitat para membros da cadeia alimentar do solo que passam pelo menos parte de seu tempo acima do solo.
A estrutura da superfície mais estável é menos propensa a formação de crostas e erosão. A infiltração de água aumenta e o escoamento diminui quando a estrutura do solo melhora.
Maiores rotações de resíduos e culturas de cobertura contribuem com mais matéria orgânica e nutrientes para o solo. O aumento do resíduo na superfície forma uma barreira física à erosão eólica e hídrica.
A qualidade da água subterrânea e superficial melhora quando uma melhor estrutura, infiltração e atividade biológica tornam o solo um filtro mais eficaz. As culturas são mais capazes de resistir à seca quando a infiltração e a capacidade de retenção de água aumentam. A saúde e o vigor da cultura aumentam quando a atividade biológica e a diversidade do solo aumentam. O habitat da vida selvagem melhora quando a gestão de resíduos melhora.
Ver também: IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DOS SOLOS PARA A RENTABILIDADE DAS LAVOURAS.