Herbicidas, classificação e uso

Os herbicidas são produtos químico ou não usados para inibir ou interromper o desenvolvimento de plantas indesejáveis, também conhecidas como ervas daninhas, em terras que já foram ou serão cultivadas.

Como ervas daninhas entendemos aquelas que crescem e se desenvolvem em um lugar ou época não desejada pelo homem. A maioria das ervas daninhas tem as mesmas características: dispersam-se facilmente, já que costumam fazê-lo graças ao vento ou carregadas pela água e apresentam grande resistência, devido à alta produção de sementes. Entre os problemas que estes geram encontramos, entre outros, a redução da safra, ocasionada pelo uso de recursos, como espaço, luz, água, … a ela dedicados, e que pela sua presença devem compartilhar. Também afetam a colheita, dificultando ou retardando a colheita, além de aumentar os custos, já que não foram tratados a tempo é necessário combatê-las.

Para escolher um herbicida, levaremos em consideração o estado da cultura, o estado e o tipo da erva daninha que queremos controlar, bem como as características físicas do solo.

Os herbicidas podem ser encontrados no mercado em formulações sólidas ou líquidas. Depende dos princípios ativos e da forma de aplicação.

O número de princípios ativos, ou moléculas de herbicidas registrados e os de herbicidas comercializados, compostos por diferentes combinações ou formulações de princípios ativos, são centenas.

Nomenclatura de herbicida

O rótulo de um herbicida contém três nomes:

  • Nome químico, que descreve a composição química do composto herbicida.
  • Nome comum, que é o nome genérico dado ao ingrediente ativo e é aprovado pelas autoridades competentes.
  • Nome comercial.

A formulação do herbicida é indicada no rótulo do produto e designada por uma ou mais letras após o nome comercial. O rótulo do herbicida também indica a quantidade de ingrediente ativo em porcentagem e em gramas de ingrediente ativo por litro ou quilograma do produto comercial.

Tipos de herbicida

Existem várias maneiras de classificar os herbicidas, incluindo como são usados, suas propriedades químicas e seu modo de ação.

Herbicida total vs herbicida seletivo

Podemos separar os herbicidas com base na quantidade e tipo de erva daninha que combatem, entre herbicida total e herbicida seletivo.

HERBICIDA TOTAL é aquele produto fitossanitário que se aplica para controlar todas as ervas daninhas existentes, sem discriminação. Os herbicidas totais são geralmente usados ​​para limpeza de terras. Com eles, consegue-se o controle total das espécies de plantas daninhas anuais e perenes.

Geralmente são comercializados no formato líquido e sua dosagem varia de acordo com o tipo de erva daninha e seu tamanho. O material ativo presente na maioria desses herbicidas é o glifosato. Eles são normalmente usados ​​para terras sem plantações, áreas industriais, estradas, etc. Se forem aplicados em terras com plantações, devem ser aplicados de forma que não a afetem. A seletividade da cultura e o espectro de controle de ervas daninhas são frequentemente usados ​​na classificação de herbicidas, por exemplo, herbicidas para cereais e herbicidas para ervas daninhas de folha larga.

HERBICIDA SELETIVO é aquele que se destina a eliminar um tipo específico de erva daninha, preservando o restante da cultura na qual é aplicado.

Por exemplo, para ervas daninhas de folha larga (dicotiledôneas) ou ervas daninhas de folha estreita (Cynodon, Cyperus, etc.). Herbicidas seletivos de folha larga são aplicados principalmente nos meses de primavera e outono. Herbicidas seletivos de folhas estreitas devem ser repetidos 2 a 3 vezes.

Essa distinção, seletiva ou total, depende da concentração ou da dose de uso, uma vez que um herbicida total pode se tornar seletivo em baixas concentrações e um seletivo em altas doses pode matar qualquer tipo de planta.

Herbicida residual vs herbicida foliar

Os herbicidas podem ser residuais ou de solo e foliares ou frondosos.

HERBICIDAS RESIDUAIS são aqueles que são usados ​​para eliminar ervas daninhas do pé das árvores.

Eles não são amplamente utilizados na jardinagem, com foco principalmente na fruticultura. O herbicida residual ou de solo, como o próprio nome sugere, é aplicado diretamente no solo, formando uma película que, ao ser penetrada pelas ervas daninhas, provoca sua morte. Em princípio, não afeta as ervas daninhas que já existem, mas as que vão germinar.

Seu efeito no solo costuma durar semanas ou meses, portanto, a aplicação pode ser repetida em aproximadamente um mês e meio. Eles normalmente não são ativos em espécies perenes e nas que nascem de sementes.

O HERBICIDA FOLIAR, de folha ou folhagem é classificado como herbicida de contato foliar e herbicida foliar sistêmico.

O herbicida de contato foliar tem como objetivo a destruição das folhas e caules onde é aplicado, não afetando a raiz em nenhum momento.

Exemplo: Paracquat (para gramíneas) ou Diquat (para folha larga).

O herbicida foliar sistêmico é aplicado, como o foliar de contato, nas folhas e caules, mas com a diferença que estes são absorvidos e a seiva vai para a raiz dela fazendo com que toda a planta morra.

Exemplo: Glifosato ou Sulfosato. Eles são os únicos que podem com ervas daninhas perenes.

Quando falamos em sistêmico e foliar, o termo translocação é utilizado para definir que o herbicida se transloca para outras áreas através da planta no caso dos sistêmicos. Esta translocação ocorre através do floema, que é o tecido condutor responsável pelo transporte de nutrientes orgânicos e inorgânicos -especialmente açúcares- produzidos pela parte aérea fotossintética e autotrófica, em direção às partes basais subterrâneas, não fotossintéticas e heterotróficas das plantas vasculares. Eles também podem ser chamados de tubos ou vasos liberianos.

Herbicida de pré-semeadura, pré-emergência e pós-emergência

É denominado HERBICIDA PRÉ-SEMEADURA ao aplicado em solo descoberto.

São recomendadas quando se pratica a semeadura direta sobre restolho e é necessário destruir as ervas daninhas antes da semeadura do cereal (em média um mês antes do início da semeadura, sempre dependerá do produto utilizado, do tipo de solo, …).

O HERBICIDA PRÉ-EMERGÊNCIA é aquele que se aplica antes do surgimento das plantas daninhas, nem sempre coincide com o surgimento da cultura, mesmo que já esteja plantada.

Normalmente são recomendados quando houver casos anteriores de ervas daninhas na parcela.

Atenção especial deve ser dada ao estado do solo, pois caso ocorra uma seca prolongada após a aplicação do produto, sua eficácia pode ser reduzida. Os melhores resultados são em zonas irrigadas.

O HERBICIDA PÓS-EMERGÊNCIA é aquele que se aplica após o surgimento da planta daninha. A própria pós-emergência é uma prática destinada a controlar ervas daninhas em um estágio de recém germinadas mais ou menos desenvolvido que escaparam de uma aplicação de pré-plantio ou pré-emergência. Esses herbicidas costumam ter ação foliar, seja por contato ou sistêmica e alguns também com ação residual.

Herbicidas de pós-emergência inicial. Esses são herbicidas de pré-emergência aplicados a ervas daninhas recém-emergidas.

Existem herbicidas que podem ser aplicados pré-emergência ou pós-emergência dependendo da cultura, do terreno, do clima e outros fatores.

Para a execução com segurança da aplicação de herbicidas, recomendamos o suporte técnico através de consulta à profissionais de assistência técnica da área agronômica.

Referências:

https://agroalimentando.com/nota/2741

 

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