Produção agropecuária

Frutas ricas em flavonoides podem retardar o início da doença de Alzheimer

De acordo com o Censo dos Estados Unidos, em cerca de uma dúzia de anos, o número de americanos com mais de 65 anos superará o número de crianças. Além disso, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças projetam para quase triplicar até 2060 o número de americanos que vivem com a doença de Alzheimer (DA).

Felizmente, a pesquisa financiada pelo USDA – United States Department of Agriculture (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), pode ter encontrado uma maneira saborosa de retardar o início da doença.

Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition sugere que dietas ricas em flavonoides podem proteger a saúde cognitiva. Os flavonoides são nutrientes vegetais conhecidos por suas propriedades antioxidantes, antivirais e anticancerígenas e são encontrados em frutas vermelhas, chocolate amargo, vinho tinto, uvas, maçãs, peras, laranjas, bananas e chás.

“A doença de Alzheimer é um desafio significativo de saúde pública”, disse Paul Jacques, epidemiologista nutricional do Centro de Pesquisa em Nutrição Humana Jean Mayer USDA sobre Envelhecimento da Universidade Tufts, em Boston. “Dada a ausência de tratamentos medicamentosos, prevenir a doença de Alzheimer por meio de uma dieta saudável é uma consideração importante.”

De acordo com Jacques, coautor do estudo, cerca de um em cada nove adultos com mais de 65 anos vive com DA. Embora a perda de memória seja a marca registrada da DA, Jacques disse que ela tem muitas outras mudanças cognitivas e comportamentais, incluindo dificuldade em realizar atividades simples de várias etapas, como vestir-se ou cozinhar; perda de julgamento e atenção; e mudanças de comportamento, como depressão e agitação.

O estudo de Jacques, um dos primeiros estudos verdadeiramente grandes e de longo prazo para examinar os efeitos dos flavonoides na DA, mostrou que dietas ricas em certos tipos de flavonoides apresentam uma promessa significativa para prevenir o aparecimento da doença de Alzheimer.

“Nosso estudo examinou a associação entre a ingestão de flavonoides a longo prazo e a DA em um acompanhamento médio de 19,6 anos entre 2.809 participantes”, disse ele. Os resultados mostram que aqueles que consumiram mais dos três tipos de flavonoides encontrados em alimentos vegetais, como: frutas, nozes grãos integrais, assim como uma xícara de chá verde por dia, foram mais de 50% menos propensos a desenvolver riscos de DA em comparação com aqueles que comiam menos.

Aos 50 anos, não é tarde demais para fazer mudanças alimentares positivas. “Enquanto o risco de demência aumenta acima dos 70 anos, acredita-se agora que seu estágio pré-clínico pode anteceder o diagnóstico clínico em décadas”, disse ele. “Uma dieta saudável durante este período pré-clínico pode fornecer a melhor oportunidade para retardar o desenvolvimento da DA. Quando você se aproxima dos 50 anos, deve começar a pensar em uma dieta mais saudável, se ainda não o fez.”

De acordo com Jacques, dietas ricas em flavonoides ajudam mais do que apenas a doença de Alzheimer e a demência relacionada.

“A conclusão é que existem muitas razões para consumir uma dieta saudável, incluindo menores riscos de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Agora podemos adicionar a essa lista a proteção da saúde cognitiva e a prevenção da doença de Alzheimer”.

Existem outros estudos que já apontam fatores que podem ajudar a prevenção do Alzheimer, abaixo estão alguns:

1 – Pesquisadores da Universidade de Fudan, na China, depois de examinar 395 estudos chegaram à conclusão sobre a melhor maneira de prevenir o Alzheimer: evitar e controlar os fatores que desencadeiam a hipertensão arterial, os níveis de colesterol e diabetes tipo 2; fazer exercícios físicos e mentais regulares; manter o peso corporal dentro de padrões saudáveis, não fumar e tomar vitamina C.

2 – Estudos da Universidade de Keele, Inglaterra, indicaram que exposição humana ao alumínio está ligada à causa da doença de Alzheimer. Esta pesquisa recente verificou alto teor de alumínio no tecido cerebral nos indivíduos com doença de Alzheimer. A teoria da influência do alumínio como um dos fatores desencadeantes foi apontada pela primeira vez há 40 anos. O alumínio pode ser absorvido pelo organismo através da pele, respiração e por alimentação.

3 – Outro estudo da Universidade de Varsóvia, indica a importância da saúde intestinal. Evidenciando a microbiota intestinal (flora intestinal) que desempenha um papel fundamental na saúde e nas doenças humanas. As alterações na composição da microbiota intestinal podem causar o aparecimento de certas patologias humanas, uma delas é a doença de Alzheimer (DA). Assim, alimentação rica em gordura, administração de antibióticos excessiva, falta de probióticos e/ou prebióticos na alimentação, padrão de constipação intestinal (prisão de ventre) são fatores que aumentam a predisposição de desenvolver DA. Por outro lado, a modulação da composição da microbiota intestinal pode diminuir o risco de DA e ser capaz de retardar a progressão. Para esta boa modulação intestinal deve-se fazer uma alimentação saudável rica em antioxidantes que protegem o cérebro de radicais livres: legumes, verduras, frutas, fibras, proteínas e evitar alimentos processados e/ou embalados e se possível dar preferência a alimentos orgânicos. O ideal é buscar orientação nutricional personalizada.

4 – Pesquisadores de Havard em experimentos de análise do tecido cerebral humano de pacientes com DA observaram que haviam células infectadas com P.gingivalis na média de 30% a mais em comparação com outro grupo de pessoas sem Alzheimer. Logo, cuidar bem da saúde bucal e prevenir gengivites pode ser mais uma conduta importante na prevenção de DA.

Finalmente, um importante modo para prevenir o Alzheimer, além dos procedimentos anunciados anteriormente, é também manter a mente sempre ativa, com atividades que estimulam os pensamentos e a memória. Entre as opções estão aprender uma nova língua, tocar um instrumento musical, ler com frequência e se divertir com jogos de estratégia, como xadrez, palavras cruzadas ou montar quebra-cabeças.

Ver também:

Referências:

https://tellus.ars.usda.gov/stories/articles/ars-research-may-slow-onset-of-alzheimer-s/

 

 

 

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