Após os resultados bem-sucedidos que foram obtidos em testes de campo o feijão transgênico resistente a broca-das-vagens chega ao mercado. Espera-se que essa variedade transgênica esteja pronta para comercialização e libertação para o mercado em 2018, diz o Dr. Abdulai Mumuni, pesquisador principal para o projeto.
De acordo com Dr. Abdulai, que também é vice-diretor do Instituto de Investigação Agrícola de Savannah do Conselho de Investigação Científica e Industrial (CSIR) os ensaios de campo regulamentares para que a variedade possa ser comercializada estão em etapa avançada. Em uma entrevista, Joseph Opoku Gakpo disse: “Nós estamos muito à frente”, acrescentando que o plano é lançar conjuntamente o feijão transgênico resistente a broca-das-vagens no mercado da Nigéria e Burkina Faso, que também estão realizando ensaios de campo.
A nova variedade produzida utilizando técnicas de engenharia genética foi desenvolvida com genes da bactéria Bacillus thuringiesis, o que provoca a morte natural das pragas, fazendo com que o feijão seja muito resistente a praga broca-das-vagens (Maruca vitrata). “Mais de 50% de grãos inteiros produzidos nas fazendas no Gana são perdidos por ataques de pragas, especialmente pela Maruca que come as folhas e caule da planta”, diz o pesquisador. (Leia-se: Biotecnologia Agrícola: a Tecnologia que Revolucionou a Agricultura).
Os principais beneficiários do feijão transgênico resistente a broca-das-vagens são os agricultores.
Os agricultores reagiram a notícia com alegria. Alhaji Alhassan Yakubu da Organización Apex Farmer de Gana diz que aguarda ansiosamente a nova variedade que irá melhorar consideravelmente o seu negócio. “O objetivo é incentivar os agricultores. Queremos melhorar o rendimento, porém os desafios diários dos agricultores tornam difícil a obtenção de uma melhor colheita. Se os transgênicos vão ajudar a alcançar, por que não usá-los?” (Leia-se: Cultivos Transgênicos e seus Benefícios Socioeconômicos e Ambientais)
A referida variedade de feijão geneticamente modificada mostrou resistência a pragas, permitindo que as plantas sobrevivam com menos de 20% do pesticida requerido para o crescimento de variedades convencionais. “Se você pode reduzir o número de aplicações de 8 para 2, é um bom lucro para o agricultor em termos de poupança na compra de pesticidas e também evitando o risco de seu uso “, disse o Dr. Mumuni. “Os agricultores podem ver e atestarem que é um material muito bom “, acrescentou. (Leia-se: Prêmios Nobel Assinam Carta em Defesa dos Organismos Transgênicos).
Uma vez concluídos os ensaios de campo, que começaram em 2013, espera-se que um pedido seja apresentado ante a Autoridade Nacional de Biossegurança para a aprovação das sementes no mercado. “Temos gerados dados suficientes para serem avaliados pelos órgãos reguladores e acho que com o sucesso que teve ao longo dos anos, pode ser aprovado”, disse ele.
Embora o Parlamento aprovou a Lei de Biossegurança (2011) para permitir a produção local e comercialização de organismos geneticamente modificados (OGM) no país, nenhuma cultura GM ainda não foi lançada. Além do feijão resistente a broca-das-vagens, eles estão conduzindo ensaios de campo para o arroz, batata e algodão transgênico. Estes estudos têm mostrado que as variedades geneticamente modificadas não representam um risco adicional para a saúde, em comparação com suas contrapartes convencionais.
Referências:
http://www.agrobio.org/frijol-transgenico-llegara-al-mercado-proximo-ano/