Desenvolvimento rural na África

Desenvolvimento rural é prioridade nos países da África

Mais de trinta chefes de estado e de governo africanos comprometeram-se na Cimeira Africana da Alimentação de Dakar 2 a dar prioridade ao desenvolvimento rural nos seus países para alcançar a soberania alimentar do continente.

“O compromisso político dos nossos dirigentes reafirmado aqui em Dacar significa que temos de agir para fazer as mudanças necessárias, começando por uma mudança de paradigma”, declarou o primeiro-ministro senegalês, Amadou Ba, no discurso de encerramento da cimeira realizada neste país entre 25 e 27 de janeiro.

“Chegou a hora de parar de depender de outros países… A nova política exige que a África consuma o que produz e também produza o que consome”, acrescentou Ba.

Segundo o primeiro-ministro senegalês, entre as principais conclusões deste evento está que “os subsídios agrícolas devem ser uma prioridade de desenvolvimento rural para todos os nossos países”.

Outras conclusões foram facilitar o acesso à terra, financiamento sustentável que promova novas tecnologias agrícolas, tornar a agricultura um setor mais atraente para jovens e mulheres, trocar experiências e boas práticas entre os países africanos e lançar uma nova abordagem à soberania alimentar.

Akinwumi Adesina, presidente do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), co-organizador do fórum com o governo senegalês, assegurou hoje em conferência de imprensa que existe vontade política para atingir estes objetivos.

“Os chefes de Estado assumiram o firme compromisso de que chegou a hora de fazer o que deveríamos fazer há muito tempo, liberar todo o nosso potencial agrícola para que a África se torne um motor, uma cantina não apenas para se alimentar como para alimentar o mundo”, acrescentou.

Adesina também anunciou que os chefes de Estado e de Governo “se comprometeram a criar conselhos consultivos presidenciais de alto nível para supervisionar a implementação do abastecimento alimentar e agrícola presidido pelos próprios presidentes”.

Além disso, vários parceiros de desenvolvimento africanos prometeram durante a cúpula contribuir com US$ 30 bilhões para desenvolver a agricultura no continente.

Conforme indicado pelo Primeiro-Ministro do Senegal, este fórum contou com a presença de mais de trinta Chefes de Estado e de Governo e delegações com mais de 60 ministros de 40 países africanos, bem como representantes de países ocidentais, do setor privado, agências da ONU e de ONGs.

Sob o lema “Alimentando a África: Soberania Alimentar e Resiliência”, esta segunda edição da cimeira, depois da realizada em Dakar em 2015, teve como objetivo procurar soluções para o desafio da segurança alimentar em África e reforçar a resiliência a futuras crises.

O continente africano possui 65% das terras mais aráveis do mundo e recursos hídricos abundantes, com potencial para alimentar 9 bilhões de pessoas no mundo até 2050, segundo dados do Banco Africano de Desenvolvimento.

Somente suas vastas áreas de savana são estimadas em 400 milhões de hectares, dos quais apenas 10% são cultivados.

No entanto, com 249 milhões de pessoas, representa um terço da população mundial que hoje passa fome.

De acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento, com a remoção dos obstáculos ao desenvolvimento agrícola e a ajuda de novos investimentos, a produção agrícola da África pode aumentar de US$ 280 bilhões por ano para US$ 1 trilhão até 2030.

Ver também: ALGODÃO GENETICAMENTE MODIFICADO PARA IMPULSIONAR O DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA.

Referências:

https://agroalimentando.com/nota/14928

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