milho consorciado

Biotecnologia e a engenharia genética contra a seca

A biotecnologia consiste num conjunto de técnicas que permitem a seleção, a manipulação e a modificação de organismos ou de parte destes. Com o avanço da biotecnologia, surgiram importantes técnicas de engenharia genética que possibilitaram a modificação de materiais genéticos, consistindo na manipulação direta dos genes de um organismo, geralmente através de técnicas artificiais. Essas técnicas têm como objetivo melhorar ou criar produtos e organismos, procurando sempre um melhoramento genético.

De outra parte, um dos principais fatores limitantes para a produção agrícola é a seca. A água doce sempre foi uma mercadoria escassa que deve ser compartilhada entre o uso urbano, industrial e o agropecuário.

As plantas precisam de água, e dependendo da colheita, muita água. Nós humanos temos um sistema circulatório fechado, por isso transpiramos principalmente para regular a temperatura. Por outro lado, as plantas não têm coração ou circulação de sangue, o transporte da seiva com nutrientes é feito por evapotranspiração, a parte superior da planta perde água e essa diminuição da pressão é o que impulsiona o transporte da seiva a partir da raiz. Portanto, para produzir alimentos, uma das principais matérias-primas é a água, que não pode ser salgada, nem ser contaminada por diferentes compostos químicos ou microrganismos.

Tentar produzir a mesma quantidade de alimentos com menos água é uma das prioridades da agricultura de hoje. Até agora, grandes avanços foram feitos pela engenharia para otimizar os sistemas de irrigação. A passagem da irrigação por inundação para irrigação por gotejamento, permitiu economizar milhões de litros de água. Por exemplo, para produzir um melão agora é requerido metade da água do que 10 anos atrás. Grandes avanços também foram feitos do ponto de vista do aprimoramento clássico, por hibridação ou mutagênese, mas a capacidade de melhoria tem um limite, que é o estoque genético da própria espécie ou das espécies relacionadas com as quais ela pode se hibridar. Portanto, desenvolver plantas capazes de otimizar o consumo de água do ponto de vista da engenharia genética é um dos objetivos da biotecnologia vegetal atual.

Atualmente, existe uma variedade transgênica de milho no mercado resistente à seca. É um milho que expressa um gene bacteriano, elcspB o que lhe permite necessitar 10% menos de água do que não transgênico. Um êxito aparentemente reduzido, porém, a variedade tem tido um grande sucesso comercial, uma vez que 10% em uma grande extensão na irrigação pode significar poupar milhões de litros de água em terras áridas e ainda aumentar a produção, mesmo que diminuam as precipitações. No entanto, não é suficiente. As estratégias atuais passam por “piratear” o sistema hormonal da planta. Agora sabemos que, quando a planta percebe que não possui água incremental, produz um hormônio, chamado ácido abscísico, que lhe permite lidar com essa contingência. Podemos usar plantas com maior sensibilidade a este hormônio ou mesmo usar análogos sintéticos do hormônio de baixo custo que pode ser usado como insumos agrícolas. Desta forma, uma pulverização deste composto permitirá que a planta se prepare e responda melhor à falta de água. Isso ajudará a salvar muitas culturas e economizar água, aumentando a eficiência da produção de alimentos em climas adversos. De qualquer forma, qualquer ajuda é apreciada, embora a engenharia genética seja um grande avanço. Ver também: BIOTECNOLOGIA AGRÍCOLA: A TECNOLOGIA QUE REVOLUCIONOU A AGRICULTURA e MILHO TOLERANTE À SECA BENEFICIA PEQUENOS AGRICULTORES.

Referências:

http://biotecnologiasi.tumblr.com/post/130829367201/biotecnolog%C3%ADa-contra-la-sequ%C3%ADa

http://www.biotekis.es/2015/10/01/biotecnologia-contra-la-sequia/

 

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