Os ácidos graxos poli-insaturados da cadeia longa ômega-3 (AGPI-CL), ácido docosahexaenóico (C22: 6, DHA) e o ácido eicosapentaenóico (C20: 5, EPA) são geralmente obtidos a partir de peixes marinhos por seus benefícios para a saúde. Embora anteriormente já se tenham produzido ácidos graxos ômega-3 em plantas geneticamente modificadas (GM) de arabeta (Arabidopsis thaliana); sésamo da alemanha (Camelina sativa) e mostarda oriental (Brassica juncea); não se havia alcançado quantidades significativas como a canola geneticamente modificada (Brassica napus L. e Brassica rapa L.).
Em um novo estudo, os cientistas da Dow AgroBiosciences desenvolveram a primeira canola geneticamente modificada (GM) que produz quantidades comerciais relevantes de ácidos graxos ômega-3. Os resultados dos ensaios de campo da canola geneticamente modificada (GM), transformada com genes de microalgas marinhas, foram publicados na revista Nature Biotechnology.
A Dra. Kan Wang, professora de Biotecnologia do Departamento de Agronomia, e Diretora do Centro de Transformação de Plantas da Universidade do Estado de Iowa, afirmou a GeneticsExperts: “Após aprovado pelos órgãos reguladores, pode se esperar um molho de salada enriquecido em ômega-3 nos supermercados. O grupo Dow AgroSciences introduziu um sistema de ácidos graxos poli-insaturados de microalgas na canola, um dos principais cultivos de sementes oleaginosas. O sistema se expressa especificamente nas sementes, o que leva à produção de ácidos graxos omega-3 “.
“As linhas transgênicas de canola se caracterizaram amplamente a nível molecular e foram avaliadas por mais de cinco gerações, tanto em condições de estufa quanto no campo. O óleo final de canola processado com as sementes contém altos níveis de ácidos graxos ômega-3 que podem ser comercializados diretamente como óleo de canola engarrafado ou outros alimentos, como molho para salada. Uma porção do óleo (3 colheres de chá) podem fornecer 600 mg de ácidos graxos ômega-3, que é mais do que o consumo diário recomendado pela maioria das organizações de saúde em todo o mundo”, acrescentou a Dra. Wang.
Canola geneticamente modificada
Embora já se tenha desenvolvido plantas geneticamente modificadas para produzir ácidos graxos ômega-3, esta nova abordagem com base na expressão de um sistema biossintético a partir de algas, que inclui várias proteínas e enzimas, “permite que as sementes geneticamente modificadas produzam ácidos graxos adicionais ao invés de apenas converter os ácidos graxos existentes em ácidos graxos poli-insaturados, conforme estratégia usada nos esforços anteriores”, afirma a Dra. Wang.
O óleo de canola é muito saudável, pois o ômega-3 reduz os triglicerídeos e controla arteriosclerose; possui vitamina E, um antioxidante que reduz radicais livres; gorduras monoinsaturadas que reduzem LDL, e o menor teor de gordura saturada (controle do colesterol) de todos os óleos vegetais. Por suas propriedades o óleo de canola é indicado como o de melhor composição de ácidos graxos para as pessoas interessadas em dietas saudáveis.
O óleo de canola geneticamente modificada ricos em ômega-3 pode proporcionar uma alternativa mais sustentável ao óleo de peixe frequentemente utilizado em suplementos dietéticos, afirmaram os autores do estudo.
Referências:
http://geneticexperts.org/canola-engineered-produce-omega-3-fatty-acids/
Um comentário em “Canola geneticamente modificada produz óleo mais rico em omega-3”