O que é agricultura de conservação?

Cada vez mais agricultores estão adotando a agricultura de conservação. Este método de agricultura sustentável é baseado em três princípios: diversificação de culturas, movimentação mínima do solo e cobertura permanente da terra.

Se não praticada de maneira sustentável, a agricultura pode afetar o meio ambiente, produzir gases de efeito estufa e contribuir para as mudanças climáticas. No entanto, métodos agrícolas sustentáveis podem fazer o oposto: aumentar a resistência às mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e usar recursos naturais de maneira sustentável.

Um desses métodos é a agricultura de conservação.
A agricultura de conservação conserva os recursos naturais, a biodiversidade e o trabalho. Aumenta a água disponível no solo, reduz o estresse causado pelo calor e pela seca e aumenta a saúde do solo a longo prazo.

Quais são os princípios da agricultura de conservação?

A agricultura de conservação baseia-se nos princípios inter-relacionados da alteração mecânica mínima do solo, a cobertura permanente do solo com material vegetal vivo ou morto e a diversificação das culturas por rotação ou consorciação. Ajuda os agricultores a manter e aumentar a produtividade e os lucros, ao mesmo tempo em que reverte a degradação da terra, protege o meio ambiente e responde aos crescentes desafios das mudanças climáticas.

Para reduzir a perturbação do solo, os agricultores praticam plantio direto, o que permite a semeadura direta sem arar ou preparar o solo. O agricultor semeia diretamente através dos resíduos da superfície da colheita anterior.

O plantio direto é combinado com culturas intercaladas e rotação, ou seja, o cultivo de duas ou mais culturas ao mesmo tempo na mesma terra ou o cultivo sequencial de duas culturas diferentes. Esses também são os princípios básicos da intensificação sustentável.

Qual a diferença entre agricultura de conservação e intensificação sustentável?

A intensificação sustentável é um processo para aumentar a produção agrícola sem impactos adversos no meio ambiente, considerando todo o ecossistema. Ele se concentra nos mesmos objetivos que a agricultura de conservação.
As práticas de agricultura de conservação orientam ou permitem a intensificação sustentável.

Quais são os benefícios e desafios da agricultura de conservação?
O plantio direto com cobertura de resíduos permite economizar água de irrigação, aumentar gradualmente a matéria orgânica do solo e suprime as ervas daninhas, além de reduzir os custos de máquinas, combustível e tempo.

Deixar o solo intacto aumenta a infiltração de água, mantém a umidade do solo e ajuda a evitar a erosão do solo superficial. A agricultura de conservação melhora o consumo de água que permite rendimentos mais estáveis em climas extremos agravados pelas mudanças climáticas.

Embora a agricultura de conservação ofereça muitos benefícios aos agricultores e ao meio ambiente, os agricultores podem enfrentar limitações para adotar essas práticas. Áreas úmidas ou solos mal drenados podem dificultar a adoção. Quando os resíduos das culturas são limitados, os agricultores tendem a usá-los primeiro como forragem, portanto, pode não haver desperdício suficiente para a cobertura do solo.

Para iniciar a agricultura de conservação, são necessárias semeadoras apropriadas, que podem não estar disponíveis ou não ser disponíveis para todos os agricultores.

A agricultura de conservação também exige conhecimento e nem todos os agricultores podem ter acesso ao conhecimento e treinamento necessários para praticá-la. Com o tempo, a agricultura de conservação aumenta a produção, mas os agricultores podem não ver os benefícios da produção imediatamente.

No entanto, inovações, pesquisas adaptadas e novas tecnologias estão ajudando os agricultores a superar esses desafios e facilitar a adoção da agricultura de conservação.

Como se originou a agricultura de conservação?

O termo “agricultura de conservação” foi cunhado na década de 1990, mas a ideia de minimizar a perturbação do solo se originou na década de 1930, durante o Dust Bowl nos Estados Unidos da América.

O CIMMYT – Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo. Organização internacional de pesquisa e treinamento agrícola sem fins lucrativos, focada em dois dos mais importantes grãos de cereais do mundo: milho e trigo e sistemas de cultivo e meios de subsistência relacionados.

O CIMMYT começou a trabalhar com agricultura de conservação na América Latina e no sul da Ásia nos anos 90 e na África no início dos anos 2000. Atualmente, esses esforços se expandiram e os princípios da agricultura de conservação foram incorporados a diversos outros projetos de desenvolvimento rural em diversos países.

Agricultores de todo o mundo estão adotando cada vez mais a agricultura de conservação. Na temporada 2015/16, a agricultura de conservação foi praticada em cerca de 12,5% do total de terras agrícolas no mundo – 69% a mais do que na temporada de 2008 / 2009.

A agricultura de conservação é orgânica?

A agricultura de conservação e a agricultura orgânica mantêm um equilíbrio entre agricultura e recursos, usam a rotação de culturas e protegem a matéria orgânica do solo. No entanto, a principal diferença entre esses dois tipos de agricultura é que os agricultores que praticam agricultura orgânica recorrem ao arado e a gradagem do solo, enquanto os agricultores que praticam agricultura de conservação recorrem a princípios naturais e não cultivam o solo.

Os agricultores orgânicos aplicam gradagem para remover ervas daninhas sem usar fertilizantes inorgânicos.
Por outro lado, os agricultores que praticam agricultura de conservação usam uma cobertura permanente do solo e plantam sementes através dessa camada. Inicialmente, eles podem usar fertilizantes inorgânicos para lidar com ervas daninhas, especialmente em solos com baixa fertilidade. Com o tempo, o uso de agroquímicos pode ser reduzido ou eliminado lentamente.

Ver também: A SAÚDE DO SOLO COMO UM ECOSSISTEMA VITAL PARA OS VEGETAIS E ANIMAIS.

Referências: