Cultivos transgênicos e seus benefícios socioeconômicos e ambientais

Os economistas agrícolas Graham Brookes e Peter Barfoot da PG Economics empresa de consultoria publicaram o relatório “Cultivos transgênicos: impactos socioeconômicos e ambientais a nível mundial 1996-2015“. No décimo nono ano da adoção generalizada de culturas geneticamente modificadas (GM), o relatório mostra que a biotecnologia agrícola tem continuado a proporcionar benefícios socioeconômicos e ambientais substanciais, o que tem permitido aos agricultores cultivar mais com menos recursos, oferecendo importantes benefícios ambientais para todos os cidadãos.

“Quando os agricultores têm a opção de plantar culturas GM, os benefícios econômicos são claros, em 2014 atingiu uma média de mais de US$ 100 por hectare”, afirmou Graham Brookes, diretor da PG Economics, coautor do relatório. “Dois terços destes benefícios são derivados de maiores rendimentos e produção adicional, com os agricultores dos países em desenvolvimento obtendo os maiores lucros. O meio ambiente também se beneficia já que os agricultores adotam cada vez mais as práticas de cultivo e conservação; adotam um controle de plantas daninhas com o uso dos herbicidas mais suaves e substituem o uso de pesticidas com culturas geneticamente modificadas resistentes a insetos”, afirmou.

Cultivos transgênicosEntre as conclusões do relatório “Cultivos transgênicos: impactos socioeconômicos e ambientais a nível mundial 1996-2015” destacam-se:
Cultivos com maior rendimento.
  • As culturas do algodão e milho geneticamente modificadas resistentes aos insetos tem aumentado o rendimento pela redução dos danos causados por pragas. Esta tecnologia tem aumentado o rendimento médio em 13,1% no milho e 17,3% no algodão entre 1996-2014. Além disso, 2014 foi o segundo ano de plantio comercial da soja na América do Sul, onde os agricultores têm visto um aumento médio de 9,4% no rendimento.
  • A tecnologia de tolerância a herbicida também tem contribuído para o aumento da produção, melhorou o controle de plantas daninhas e proporcionou rendimentos mais elevados em alguns países. Essa tecnologia tem ajudado os agricultores a cultivar soja na Argentina como “safrinha” depois do trigo na mesma estação de crescimento.
Melhor renda dos agricultores.
  • Os cultivos transgênicos têm ajudado a que os agricultores tenham uma renda mais segura, principalmente devido ao melhor controle de pragas e ervas daninhas. O nível de benefício econômico líquido em 2014 foi de 17,7 bilhões de dólares, o equivalente a um aumento médio da renda de US$ 101 por hectare. Entre 1996 e 2014, o aumento do rendimento agrícola global foi de 150,3 bilhões de dólares.
  • O benefício total da renda agrícola de 150,3 bilhões foram divididos quase igualmente entre os agricultores nos países em desenvolvimento (51%) e países desenvolvidos (49%).
  • Os ganhos mais altos de rendimento continuam sendo para os agricultores nos países em desenvolvimento, dos quais a maioria são agricultores com poucos recursos e com pequenas parcelas.
Excelente retorno dos investimentos para os agricultores.
  • Os cultivos transgênicos continuam sendo um bom investimento para milhões de agricultores. Os custos pagos pelos agricultores para o acesso a culturas GM em 2014 (6,9 bilhões de dólares para pagar a cadeia de abastecimento de sementes) foi igual a 28% da receita total (total 24,6 bilhões). Globalmente, os agricultores receberam uma média de US $ 3,59 para cada dólar investido em sementes geneticamente modificadas. O custo da tecnologia é acumulado na cadeia de fornecimento de sementes, incluindo vendedores de sementes para os agricultores, produtores de sementes, distribuidores e fornecedores de tecnologia GM. Um custo típico “equivalente” da tecnologia compartilhada por métodos de produção não-GM é de 30% -40%.
  • Os agricultores nos países em desenvolvimento receberam US $ 4,42 para cada dólar investido em sementes geneticamente modificadas em 2014 (o custo foi igual a 23% do total de ganhos de tecnologia), enquanto os agricultores nos países desenvolvidos receberam US $ 3,14 para cada dólar investido em sementes geneticamente modificadas (o custo foi igual a 32% do total de ganhos de tecnologia).
Menos pressão sobre os escassos recursos do planeta e contribuição para a segurança alimentar mundial.
  • Entre 1996 e 2014, as culturas GM aumentaram a produção mundial em 158,4 milhões de toneladas de soja e 321,8 milhões de toneladas de milho, além de um adicional de 24,7 milhões de toneladas de fibra de algodão e 9, 2 milhões de toneladas de canola.
  • As culturas GM estão permitindo que os agricultores cultivem mais sem o uso de terras adicionais. Se as culturas GM não estivessem disponíveis para os 18 milhões de agricultores que plantaram em 2014, manter os níveis global de produção do ano de 2014, haveria requerido plantações adicionais de 7,5 milhões de hectares de soja, 8,9 milhões hectares de milho, 3,7 milhões de hectares de algodão e 0,6 milhões de hectares de canola. Esta superfície total requerida é igual a 12% da terra cultivável nos EUA, ou 33% da terra cultivável no Brasil, ou 14% da área cultivada na China.
Melhorias ambientais.
  • Os cultivos transgênicos têm contribuído para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa a partir das práticas agrícolas. Isto é um resultado de um menor consumo de combustível e armazenamento adicional de carbono no solo pela redução de preparo do solo com culturas GM. Só em 2014 isto significou retirar 22,4 bilhões de kg de dióxido de carbono da atmosfera ou igual a retirar 10 milhões de carros das ruas por um ano.
  • As culturas GM reduziram as aplicações de pesticida em 581 milhões de kg (-8,2%) entre 1996 e 2014. Isto é igual a quantidade total de ingrediente ativo e pesticidas aplicados às culturas na China por mais de um ano, de acordo com o Quociente de Impacto Ambiental (QIA), desenvolvido na Universidade de Cornell. Como resultado, isto tem reduzido o impacto ambiental dos herbicidas e inseticidas usados na área plantada com culturas geneticamente modificadas em 18,5%.

O relatório “Cultivos transgênicos: impactos socioeconômicos e ambientais a nível mundial 1996-2015“, encontra-se disponível para download em www.pgeconomics.co.uk. Além disso, o conteúdo também está disponível na revista científica “Lavouras GM” em www.tandfonline.com/loi/kgmc20 separadamente, abordando os impactos econômicos e ambientais.

Referências:

  • Comunicado de imprensa original: http://www.pgeconomics.co.uk/page/42/global-economic-benefits-of-gm-crops-reach-$150-billion
  • Press release em PDF: http://www.pgeconomics.co.uk/pdf/2016-pressrelease.pdf
  • Relatório completo: http://www.pgeconomics.co.uk/pdf/2016globalimpactstudymay2016.pdf

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