água no semiárido

Água potável: 4 inventos que convertem energia elétrica, solar e eólica em água

A humanidade tem vários desafios a superar para garantir a sua futura sobrevivência na terra, entre elas a falta de água potável. A água é um bem natural escasso principalmente nas regiões áridas e semiáridas, estando intrinsecamente relacionada à baixa pluviosidade e irregularidade das chuvas nessas regiões.

Para contornar a questão do abastecimento d`água, várias ações têm sido planejadas e implementadas no sentido de possibilitar o acesso à água para essas populações, com destaque para o uso de rios, barreiros, açudes, cisternas, poços.

Um fator preocupante estar voltado para a contaminação dessas fontes de água para o consumo, principalmente pelos dejetos animais e pela decomposição da matéria orgânica. As análises físico-químicas das águas oriundas nessas fontes hídricas têm apresentado a presença de vários contaminantes químicos e biológicos prejudiciais para a saúde humana e animal, que incluem sais, pesticidas, metais, toxinas produzidas por bactérias e a presença de organismos na água, tais como bactérias, fungos, vírus, protozoários e parasitas.

No que diz respeito aos rios, dadas as suas características de temporariedade em regiões áridas e semiáridas, o uso de suas águas fica restrito às escavações de cacimbas ou poços em seus leitos, ficando expostas a concentração de sais e a contaminação por micro-organismos.

Nos casos específicos dos barreiros e pequenos açudes, existem algumas preocupações no sentido de se resolver o problema da turbidez das águas que é muito comum nesses tipos de fontes hídricas.

Já as cisternas rurais tem sido um reservatório hídrico importante nessas regiões, tendo em vista a sua capacidade de acumular água de melhor qualidade.

Para a melhoria da potabilidade das fontes de água para o consumo, algumas iniciativas têm sido implementadas, a exemplo da utilização de dessalinizadores no sentido de melhorar a qualidade das águas de subsolo, principalmente aquelas oriundas de poços, as quais, devido a salinidade, apresentam pouca serventia para o consumo humano.

Um aspecto importante a ser mencionado é o destino que deverá ser dado ao rejeito do material resultante do processo de dessalinização das águas. Este material, extremamente rico em sais, atualmente é depositado em lagoas de decantação ou mesmo colocado ao ar livre sem maiores preocupações, constituindo-se em um grave problema ambiental para ser solucionado pelos pesquisadores.

Para superar o desafio crescente do abastecimento de água potável e, à luz da evolução científica dos últimos tempos, especialmente com o uso intensivo da energia solar e eólica, várias entidades e cientistas estão pesquisando e desenvolvendo proposições e equipamentos para contornar a questão do fornecimento de água potável. Em seguida serão apresentadas quatro dessas inovações que certamente contribuirão para o fornecimento de água potável.

1 – Compact WaterCube, a máquina que converte energia solar em água potável.

água potável no semiárido

Para superar o desafio do abastecimento de água potável, pessoas como o holandês Ap Verheggen estão trabalhando para fornecer soluções para esse problema. Eles projetam formas criativas de abastecimento para áreas onde a água não pode ser facilmente obtida, particularmente em locais muito quentes com alta umidade.

WaterCube é a sua invenção mais recente. Um cubo de aço inoxidável de 50 centímetros, revestido externamente com células solares, que incorpora um dispositivo de refrigeração para esfriar um cone invertido e, assim, condensar a umidade do ambiente para obter água potável.

O Watercube consome 25 watts de energia. Os pequenos painéis solares na parte superior e dos lados do cubo produzem 40 watts, o que lhes permite armazenar o excesso de energia nas baterias para os dias com pior estado de sol.

A quantidade de água produzida depende das condições climáticas. Quanto maior a temperatura, mais água produzirá o dispositivo.

O objetivo é que muitas pessoas possam desfrutar de sua própria fonte de água potável no futuro, especialmente em áreas afetadas pela seca. As pesquisas continuam para obtenção de novos desafios com o WaterDrop, o dispositivo que produz água potável com energia solar no deserto.

2 – A máquina espanhola que fabrica água potável no deserto.

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O primeiro protótipo é capaz de produzir 3.000 litros de água potável por dia, mesmo nas condições mais extremas, no meio do deserto. Também está sendo fabricando numa escala menor de 15 a 250 litros por dia de água potável. Seu inventor, Enrique Veiga, é um engenheiro espanhol de refrigeração de 75 anos nascido em Vigo que emigrou para Sevilha há 50 anos.

Com esta invenção, se pode aliviar a falta de água em situações extremas, como campos de refugiados, catástrofes naturais, com uma água livre de contaminantes. Também pode ser usado para gerar o abastecimento de água para o consumo doméstico.

O gerador de água potável tem uma operação bastante simples. Esta máquina captura água dissolvida na atmosfera, por pouca que seja, e provoca a sua condensação. O resultado são gotas de água que caem em um local de quase 30ºC e uma umidade relativa de 17%. Graças a alguns filtros que ele incorpora, pode ser tornado potável e depois armazenado em um depósito pronto para consumo.

O governo da Namíbia, país com sérios problemas de seca, encomendou a fabricação de 1.500 unidades à Aquaer Generators, a empresa de Sevilha que detém a patente.

Sendo um processo automático, só precisa estar ciente de limpar seus filtros para que a máquina possa fabricar água de forma autônoma. O custo por litro de água depende do preço de kWh.

3 –  EoleWater: a água potável retirada do ar.

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Em Sainte-Tule, na França, Marc Parent inventou um moinho de vento capaz de satisfazer as necessidades de água do planeta. “Isso não resolverá todos os problemas do mundo, mas, pelo menos, a água não será um deles”, diz Marc Parent. Ele inventou um incrível sistema ecológico que transforma o ar em água potável. Recuperar a umidade atmosférica é um sonho antigo, sobre o qual alguns pesquisadores têm trabalhado.

Em sua oficina, este “inventor”, de 43 anos, pesquisou há mais de 10 anos para conseguir um protótipo eólico, hoje em perfeita operação. A umidade do ar se condensa, o mastro torna-se um reservatório de água, e no final do circuito, vários filtros de partículas a tornam potável. Só há que abrir uma torneira para ser servida. As secas calamitosas da Austrália se acabaram, as doenças levadas pelas águas estagnadas acabaram, terminaram os quilômetros sob um sol escaldante para encontrar uma fonte na África.

“Quando eu tive essa ideia, foi para ajudar os outros”. MARC PARENT teve uma ideia simples, tecnológica e humanamente, que possa revolucionar o mundo. No entanto, no início “eles me tomaram por louco”. Foi muito avançado para a época, foi difícil convencer. Em 1997, trabalhou nas Antilhas francesas nos viveiros de lagosta e desenhou os primeiros rascunhos de seu moinho de vento ” Ar-Água ”. A partir daí o famoso moinho produz entre 70 a 200 litros de água por dia, dependendo de onde esteja.

A próxima versão prevê a produção de 1000 litros por dia. Quanto maior o moinho, mais produz. Com um mastro de 50 metros, poderia coletar 25 mil litros por dia.

Contatado por grandes potências, MARC PARENT espera hoje respostas de industriais americanos e indianos para poder reproduzir sua invenção em série e reduzir custos. “Com o meu sistema, se pode garantir o mínimo vital, sem vento e no lugar muito isolado”. Um pequeno modelo transportável (de 800 litros de água por dia) de montagem sem guindaste e que pode ser acoplado a um painel fotovoltaico, a linhas elétricas ou a um gerador para fazer água sem necessidade de vento ou sol. Seu extraordinário moinho ‘Dois em um’ produz água e também energia elétrica. Quando temos um ar seco no dia e úmido à noite, podemos usá-lo para fazer eletricidade, por exemplo, água do dia e luz noturna. Incrível, mas certo! Graças à sua invenção, uma revolução energética está em andamento. A água não é mais um produto raro.

4 – WaterSeer, através da condensação obtém água potável 24 horas por dia com energia eólica.

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Um novo dispositivo que fundamenta sua operação em simples condensação para coletar água da atmosfera promete-nos até 40 litros de água potável por dia, sem a necessidade de uma fonte de energia externa ao dispositivo.

Um dispositivo para dar acesso a água potável para pessoas que vivem em áreas do mundo onde, devido ao clima ou à falta de infraestrutura, fazem com que o acesso à água potável seja um problema sério.

O WaterSeer é alimentado pela energia gerada por uma turbina eólica integrada.

O dispositivo é ancorado a dois metros do solo. A parte superior é coberta com uma turbina vertical, que gira as lâminas da ventoinha interna para introduzir o ar na câmara subterrânea. A câmara subterrânea esfria graças à terra circundante, condensa a água em um reservatório para criar um poço artificial, a partir do qual as pessoas podem tirar água potável ao longo do dia.

O dispositivo de baixo custo foi desenvolvido pelos laboratórios VICI, em colaboração com a University of California, Berkeley (USA) e a National Peace Corps Association, Washington, D.C, como uma possível solução para os 2,3 milhões de pessoas do planeta que não têm acesso regular à água potável. Um único dispositivo de água pode coletar até 40 litros de água limpa por dia. A empresa, sem fins lucrativos, vai doar uma máquina sempre que ocorrer uma venda privada.

Eles lançaram uma campanha via Indiegogo para arrecadar US $ 77 mil para construir seus dispositivos de colheita de água em todo o mundo. O dispositivo já foi testado com um protótipo.

Ver também: ÁGUA POTÁVEL RETIRADA DO AR EM TODOS OS LUGARES DO PLANETA.

Referências:

https://ecoinventos.com/compact-watercube/

https://ecoinventos.com/fabrica-agua-potable-en-el-desierto/

https://ecoinventos.com/eolewater-agua-potable-del-aire/

https://ecoinventos.com/waterseer/

 

 

 

 

 

 

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